"A Rússia ficou maravilhosa", denuncia Ucrânia sobre participação de Woody Allen em festival russo
A videoconferência do diretor americano durante a Semana de Cinema de Moscou foi duramente criticada pelo ministro das Relações Exteriores da Ucrânia.
A Ucrânia denunciou na segunda-feira, 25 de agosto, a participação por videoconferência do famoso diretor americano Woody Allen em um festival de cinema de Moscou, considerando-a um "insulto" às vítimas da invasão russa . O cineasta de 89 anos, condenado ao ostracismo por parte da indústria cinematográfica americana desde que foi acusado de agredir sexualmente sua filha adotiva , discursou no domingo durante um evento online da Semana Internacional de Cinema de Moscou .
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia disse que sua participação foi "uma vergonha e um insulto ao sacrifício de atores e cineastas ucranianos que foram mortos ou feridos por criminosos de guerra russos ". Woody Allen "escolhe fechar os olhos para as atrocidades que a Rússia está cometendo na Ucrânia", disse o ministério, acrescentando que a cultura nunca deve "ser usada para encobrir crimes".
Pule o anúncioA Ucrânia, que a Rússia atacou em fevereiro de 2022, exige o isolamento completo do país agressor no cenário internacional, inclusive nas áreas da cultura e do esporte. Kiev denuncia sistematicamente a participação de figuras ocidentais em eventos na Rússia, que, no entanto, permanecem raros desde o início da guerra.
A conferência, da qual Allen participou, foi organizada pelo diretor russo Fyodor Bondarchuk, apoiador do presidente Vladimir Putin . Na sessão, Allen disse que consideraria filmar na Rússia, caso fosse oferecido, de acordo com a agência de notícias estatal Ria Novosti . "Se tais ofertas existissem, eu me sentaria e pensaria em um roteiro sobre como é bom estar em Moscou e São Petersburgo", disse ele.
Segundo Ria Novosti , Woody Allen falou de uma viagem "nada agradável" à época da União Soviética , acrescentando que, desde então , "tudo mudou, a Rússia se tornou maravilhosa". Woody Allen, mestre da comédia e da sátira social, quase não filma mais nos Estados Unidos. Ele viu quase toda a indústria cinematográfica americana virar as costas para ele desde que sua filha adotiva, Dylan Farrow, o acusou de agredi-la sexualmente quando ela era criança.
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